Em Goiás, uma em cada quatro pessoas pode se beneficiar da gratuidade na tarifa de energia elétrica

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Mais de 1,83 milhão de cidadãos goianos, o equivalente a quase 25% da população do estado, podem se beneficiar pelas novas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica, a partir de 5 de julho. Conforme determina a Medida Provisória nº 1.300/2025,  assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de maio , as famílias com direito ao benefício, que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) mensais, terão gratuidade na tarifa de energia elétrica. Aqueles que ultrapassarem esse consumo pagarão apenas a diferença. Em Goiás, 523,9 mil unidades consumidoras se enquadram no novo benefício, o que representa 51% do total de famílias com potencial de serem beneficiadas na região Centro-Oeste. REQUISITOS   – Para ter direito ao benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica, deve ser satisfeito um dos seguintes requisitos: Família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita ...

Governo Federal busca nacionalizar lei de Aava Santiago que garante leitos separados para mães de natimorto

Ministra Nísia e Aava (Foto: Divulgação/CMG)
A atuação da vereadora Aava Santiago (PSDB) em defesa da humanização do atendimento às mães enlutadas ganhou repercussão nacional e chamou a atenção do governo federal. Na tarde desta terça-feira (11), a parlamentar se reuniu com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, para articular a ampliação da Lei nº 11.303, de 20 de dezembro de 2024, para todo o Brasil. A legislação, de autoria da vereadora, determina que unidades de saúde credenciadas no Sistema Único de Saúde (SUS), assim como as da rede privada em Goiânia, ofereçam leitos separados para mães de natimorto e aquelas diagnosticadas com óbito fetal.

A medida visa humanizar o atendimento e evitar sofrimento adicional às mães enlutadas. Durante a reunião, ficou definido que a garantia desses leitos será incluída dentro de uma política pública já existente no Ministério da Saúde: a Rede Alyne. Esse programa, que tem um orçamento previsto de R$ 1 bilhão para 2025, busca fortalecer a assistência materna e reduzir as desigualdades no acesso a cuidados de qualidade para gestantes e puérperas, especialmente em regiões mais vulneráveis.

Com essa inclusão, além da previsão legal em âmbito nacional, haverá também a previsão orçamentária para que maternidades sem estrutura adequada possam receber recursos federais para implementação dos leitos separados. Além disso, o governo também destinará recursos para a formação dos profissionais de saúde no acolhimento das mães que passam por esse momento delicado.

Aava celebrou o avanço da pauta junto ao Ministério da Saúde e destacou a importância do encontro com a ministra Nísia Trindade. “Foi uma reunião muito produtiva. O apoio da ministra e a inclusão dos leitos separados dentro da Rede Alyne mostram que estamos construindo uma política pública robusta e duradoura. Estou muito feliz por contribuir para uma mudança que pode impactar milhares de mães em todo o Brasil”, destaca a parlamentar.

O que é a Rede Alyne?

A Rede Alyne é uma política pública do Ministério da Saúde voltada para a garantia de assistência materna de qualidade, especialmente para mulheres em situação de vulnerabilidade. O programa foi criado em resposta à necessidade de reduzir a mortalidade materna e promover um atendimento mais humanizado durante o pré-natal, parto e puerpério.

O nome da iniciativa é uma homenagem a Alyne Pimentel, uma jovem brasileira que faleceu em 2002 devido a complicações na gravidez e à negligência no atendimento médico. O caso ganhou repercussão internacional e foi um dos primeiros reconhecidos pela ONU como violação dos direitos humanos de uma mulher na área da saúde.

A Rede Alyne atua por meio de investimentos em infraestrutura hospitalar, qualificação de profissionais de saúde e ampliação do acesso a serviços de assistência materna. Com a inclusão da garantia de leitos separados para mães de natimorto e óbito fetal, a política se fortalece como um mecanismo essencial para promover dignidade e acolhimento às mulheres que passam por esse momento difícil.

A importância do acolhimento adequado

A cada ano, o Brasil registra um número significativo de óbitos fetais. Segundo dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), o país teve mais de 50 mil mortes fetais em 2022. O alto índice evidencia a necessidade de estrutura adequada nas unidades de saúde para garantir atendimento digno e humanizado às mães que enfrentam essa experiência traumática.

Estudos apontam que a exposição prolongada de mães enlutadas ao ambiente de maternidade convencional pode agravar quadros de depressão pós-parto, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e outros impactos emocionais severos. A separação dos leitos é uma medida simples, mas essencial para mitigar esse sofrimento e oferecer acolhimento a essas mulheres.

Mobilização e apoio popular

A nova legislação foi amplamente discutida nas redes sociais e recebeu apoio de diversas mães que passaram por situações semelhantes. Nos comentários de publicações da vereadora Aava Santiago, relatos emocionantes destacam a importância da medida e o quanto a nacionalização da lei pode impactar a vida de milhares de mulheres.

“Eu perdi o meu bebê aos seis meses de gestação. Passei pelo trabalho de parto normal e, depois, fui colocada no mesmo espaço que mães com seus filhos. As visitas perguntavam: ‘Cadê o bebê dela?’, e eu ouvindo tudo. Foi uma enfermeira que percebeu e me levou para outro setor”, contou Marcela Bragotto.

Outra mãe, Renata Nunes, reforçou a urgência da medida. “Quando perdi meu bebê na minha primeira gestação, me deixaram no mesmo lugar onde as mães estavam com seus recém-nascidos. Eu ouvia os choros e via as mães passando com seus filhos no colo, enquanto eu aguardava a curetagem. Foi o dia mais difícil da minha vida.”

Diante da comoção e do reconhecimento da importância da iniciativa, o governo federal manifestou apoio à proposta e trabalhará junto com Aava Santiago para que a medida seja ampliada a nível nacional.

“A dor da perda de um filho já é devastadora. Precisamos garantir que essas mães recebam um atendimento sensível e respeitoso, que minimize seu sofrimento. Nossa luta agora é para que essa lei seja aplicada em todo o Brasil, garantindo um cuidado digno a todas as mulheres que passam por esse momento difícil”, defendeu Aava Santiago.

O avanço das discussões junto ao Ministério da Saúde representa um passo significativo para a consolidação de políticas públicas mais humanizadas na área da saúde materna, atendendo a uma demanda legítima e urgente da sociedade.

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