Goiás implementa identificação neonatal e lança Selo Maternidade Segura

A partir deste mês, dez maternidades estaduais começarão a operar o Projeto de Identificação Neonatal Goiás, utilizando tecnologia biométrica para registrar a identidade de recém-nascidos e suas mães logo após o nascimento, ainda no centro cirúrgico, no pré-parto ou no centro de parto normal. A iniciativa, desenvolvida pela Superintendência de Identificação Humana da Polícia Civil de Goiás (SIH/PCGO) em colaboração com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), visa prevenir trocas, sequestros e fraudes, além de resguardar os direitos das famílias desde o nascimento dos seus filhos. Foto: Divulgação Infant.id "A parceria entre a SES-GO e a Polícia Civil de Goiás demonstra como a integração entre órgãos pode gerar soluções eficazes para a sociedade. Com o Projeto de Identificação Neonatal, estamos eliminando riscos de trocas e fraudes, oferecendo tranquilidade às famílias e garantindo que cada criança tenha sua identidade protegida desde o nascimento. É cidadania que começa...

Jovens enfrentam recorde de depressão e solidão

F: Freepik
A saúde mental dos jovens adultos atingiu níveis alarmantes. Pela primeira vez, a chamada “curva em U da felicidade”, que historicamente mostrava o auge da infelicidade na meia-idade, mudou: hoje, são os jovens entre 18 e 29 anos que apresentam os maiores níveis de tristeza em todo o mundo.

De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade 2025, 19% dos jovens adultos afirmam não ter ninguém em quem confiar - um aumento de 39% em relação ao levantamento feito em 2006. Entre os motivos para essa sensação de desesperança estão a falta de suporte social e emocional associada à baixa qualidade das conexões interpessoais.


De acordo com a psicóloga Aline Paixão, professora do curso de Psicologia do UniCuritiba, a confiança dos jovens vem diminuindo globalmente, mesmo em países onde a juventude, em geral, sempre recebeu suporte emocional adequado. “O uso intenso de redes sociais não reduziu a sensação de solidão. Pelo contrário, acrescentou pressão à vida dos jovens, que tentam, a todo custo, ter a suposta ‘vida perfeita’ retratada nas redes sociais.”


Jovem depressivos


Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), do IBGE, mostram que o Brasil segue a tendência apontada no Relatório Mundial da Felicidade: a incidência de depressão vem aumentando de forma alarmante. Entre os jovens brasileiros de 18 a 21 anos, a taxa aumentou de 2,47% para 6,23% nos últimos anos, um crescimento de 152%.


“Os jovens vivem sob uma pressão constante e enfrentam ansiedade e depressão muito mais cedo. Muitos deles não acreditam mais que a juventude seja a melhor fase da vida”, comenta Aline, especialista em Clínica Analítico-Comportamental.


Entre os fatores destacados pelo relatório e que merecem atenção no Dia Mundial da Saúde Mental, celebrado em 10 de outubro, estão:


●        Declínio das conexões sociais: 19% dos jovens não sentem que têm alguém em quem podem confiar, o que impacta negativamente seu bem-estar, equilíbrio emocional e saúde mental.

●        Uso excessivo de tecnologia: horas e horas rolando o feed nas redes sociais e fazendo comparações reforçam os sentimentos de vazio e insatisfação.

●        Pressão educacional e econômica: expectativas elevadas, empregos instáveis e incerteza quanto ao futuro profissional agravam a situação e elevam a ansiedade.

●        Grandes eventos globais: pandemia, crises econômicas, inflação e instabilidade social aumentam a ansiedade existencial.


Déficit emocional


De acordo com Aline Paixão, os adolescentes e jovens de hoje apresentam mais sintomas depressivos e traços de ansiedade social do que os de 20 anos atrás. “A ascensão das redes sociais e o uso de aplicativos de conversa facilitam a comunicação, mas o meio digital não substitui interações presenciais de qualidade, que são cruciais para a saúde mental.”


De 2009 a 2018, o pico de infelicidade estava na meia-idade. Desde então, a tristeza aumentou entre os jovens. “Estamos diante de uma geração que já chega à fase adulta com déficits emocionais e psicológicos. Para reverter esse novo perfil geracional é urgente que os jovens recebam suporte social, educação emocional e acesso a serviços de saúde mental”, diz a especialista, que é mestre em psicologia.


Autocuidado e bons hábitos


Aprender a lidar com emoções difíceis e cultivar conexões significativas são passos essenciais para atravessar esse cenário de solidão. Segundo Aline, práticas simples de autocuidado podem fazer diferença no dia a dia.


Na lista de orientações estão: reduzir o tempo de exposição às redes sociais, fortalecer vínculos presenciais, manter hábitos de sono e alimentação equilibrados e buscar apoio psicológico quando necessário. “Essas pequenas escolhas ajudam a construir regulação emocional e podem prevenir quadros mais graves.”


A professora do curso de Direito do UniCuritiba, Adriana Martins Silva, concorda com Aline e acrescenta: a crise de saúde mental dos jovens não é apenas um problema social ou psicológico, mas também um desafio legal e de direitos humanos.


“Os jovens têm direito constitucional à saúde, incluindo a saúde mental. Políticas públicas, centros de atenção psicossocial e programas de prevenção ao suicídio são instrumentos legais que visam garantir esse direito”, informa a doutora em Direito.

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