Em Goiás, uma em cada quatro pessoas pode se beneficiar da gratuidade na tarifa de energia elétrica

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Mais de 1,83 milhão de cidadãos goianos, o equivalente a quase 25% da população do estado, podem se beneficiar pelas novas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica, a partir de 5 de julho. Conforme determina a Medida Provisória nº 1.300/2025,  assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de maio , as famílias com direito ao benefício, que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) mensais, terão gratuidade na tarifa de energia elétrica. Aqueles que ultrapassarem esse consumo pagarão apenas a diferença. Em Goiás, 523,9 mil unidades consumidoras se enquadram no novo benefício, o que representa 51% do total de famílias com potencial de serem beneficiadas na região Centro-Oeste. REQUISITOS   – Para ter direito ao benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica, deve ser satisfeito um dos seguintes requisitos: Família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita ...

A alta dos preços e a queda do consumo de arroz e feijão

(Foto: Divulgação)
A alta no preço dos alimentos se intensifica desde 2020, impulsionada pela pandemia, flutuações cambiais, crises climáticas e custos globais elevados. A interrupção das cadeias de suprimentos e eventos extremos, como secas e chuvas intensas, reduziram a oferta, elevando os preços de itens essenciais como o arroz e feijão.

Como reflexo desses fatores, nos últimos cinco anos, os preços da alimentação domiciliar no Brasil aumentaram 55%, superando significativamente a inflação geral de 33% no período, conforme o Índice de Preços dos Alimentos (IPCA).

De acordo com estimativas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o consumo de arroz e feijão no Brasil apresentou uma queda significativa ao longo das últimas décadas. Em 1985, o consumo per capita de arroz era superior a 40 kg/habitante/ano, enquanto o feijão registrava cerca de 19 kg/habitante/ano. Em 2023, o consumo médio per capita foi de 29,2 kg para o arroz e 12,8 kg para o feijão, reforçando a tendência de queda.

A Real Cestas, empresa que atua há mais de 20 anos no segmento de cestas básicas, percebe que essa queda reflete fatores culturais, como maior consumo de alimentos industrializados, e falta de tempo para preparo de refeições caseiras, porém, dá mais ênfase aos fatores econômicos e a renda da população.

“Com o aumento dos preços do arroz e feijão, muitas famílias diminuíram a quantidade do seu consumo, o que não deveria acontecer, principalmente por serem itens de uma importância nutricional enorme. Esses aumentos impactam diretamente os seus orçamentos, especialmente aqueles de menor renda, que dependem desses alimentos básicos em sua dieta diária”, explica Gustavo Defendi, diretor da empresa, que comercializa mais de 100 mil cestas básicas por mês.

Para enfrentar esses desafios econômicos, uma das medidas da empresa foi aumentar o mix de produtos a disposição de seus clientes, dando mais opções com menor custo.

“Dentro do nosso mix de produtos, temos marcas mais econômicas e embalagens de tamanhos diferenciados, como por exemplo, a substituição da quantidade de arroz em uma cesta, passando de 10kg, para uma combinação de um pacote de 5kg e dois de 1kg”, explica Defendi, destacando que essas alterações são necessárias para equilibrar a oferta dos produtos oferecidos com a realidade econômica atual, garantindo que as cestas básicas permaneçam acessíveis e não percam seu valor nutricional.

O diretor da Real Cestas também destaca que mesmo com a expectativa para 2025 de maior disponibilidade de arroz e feijão no mercado interno, a reforma tributária pode impactar diretamente o preço dos alimentos ao unificar impostos e modificar a carga tributária sobre a produção e comercialização de itens essenciais.

“A reforma tributária pode resultar em aumento dos custos para produtores e distribuidores, especialmente se houver a inclusão de tributos sobre insumos agrícolas, transporte e processamento. Esse acréscimo tende a ser repassado ao consumidor final, elevando os preços de produtos básicos como o arroz e o feijão. Além disso, a possível extinção de benefícios fiscais específicos para o setor pode agravar ainda mais esse cenário, reduzindo a competitividade dos alimentos no mercado interno”, pontua Gustavo, frisando que a implementação de políticas públicas eficazes e o incentivo aos produtores e práticas agrícolas sustentáveis é essencial para a segurança alimentar do país.

“Precisamos garantir que as próximas gerações tenham acesso aos mesmos recursos que temos hoje, porque sem medidas concretas do governo, a produção agrícola e a alimentação de milhões de brasileiros estarão cada vez mais reduzidas”, finaliza Defendi.

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