Câmara de Goiânia aprova projeto que obriga divulgação de informações sobre injúria racial em eventos esportivos

Aava: racismo estrutural (F: Mariana Capeletti) A Câmara de Goiânia aprovou, em segunda votação, no final de novembro, projeto de lei para divulgação obrigatória de informações sobre injúria racial em eventos esportivos realizados na capital, com capacidade de público superior a cinco mil pessoas. A proposta, segundo a autora, vereadora Aava Santiago (PSDB), tem por finalidade o combate ao racismo, bem como "aos atos que vão desde ofensas verbais, como chamar outra pessoa de macaco, como atirar bananas para dentro do campo na direção de jogadores negros". De acordo com o texto, a divulgação dos alertas sobre práticas racistas deverá ocorrer por meio de telão ou de sistema de alto-falantes nos eventos. Racismo estrutural "O racismo é um elemento estrutural e estruturante da sociedade brasileira, que relega a população negra às piores posições nos indicadores socioeconômicos. Ou seja, o racismo é um elemento que integra a organização econômica e política da nossa sociedad

Bia Figueiredo faz história e torna-se a primeira mulher a vencer a Copa Truck

Neste final de semana, Bia Figueiredo tornou-se a primeira mulher a conquistar uma vitória na Copa Truck, categoria brasileira de caminhões preparados para corridas. Território majoritariamente masculino, o triunfo rompe uma sequência de 27 anos com homens na liderança. E a quebra de padrões vai além: Rachel Loh, chefe da equipe ASG Mercedes-Benz e engenheira da Bia, também se consagra como a primeira mulher chefe e engenheira da Copa Truck a subir no lugar mais alto do pódio.

E esse feito é histórico. “Não é uma vitória minha e da Rachel. É uma conquista de todas as mulheres que ocupam profissões e têm cargos que as pessoas gostam de rotular como se fosse um lugar só deles. Essa é uma conquista de uma piloto e de uma engenheira, e também das mulheres que estão nos volantes, nas estradas, trabalhando nas montadoras, na logística e em tantas outras profissões. Quando uma mulher rompe uma barreira, todas as mulheres rompem também”, diz Bia, emocionada. 

A competição de caminhões preparados para corridas teve sua largada inicial em 2006, ainda com o nome de Fórmula Truck e, desde então, nunca uma mulher havia subido ao lugar mais alto do pódio. Porém, vale lembrar que a piloto Debora Rodrigues é a pioneira da categoria, conquistou vários pódios e, por causa dela, muitos paradigmas sobre mulheres nas pistas foram rompidos.

 “O automobilismo é um dos únicos esportes em que mulheres e homens, e pessoas de diferentes idades, competem em igualdade. E isso nos faz refletir sobre o que é igualdade. Nas pistas, somo apenas duas, com mais de 30 homens no grid. A Raquel é a única chefe e engenheira da categoria”, analisa a piloto, que acumula também o cargo de representante da América do Sul na Comissão de Mulheres da FIA, e que tem trabalhado fortemente por mais mulheres no automobilismo.

Bia destaca, ainda, que a conquista acontece dentro das pistas, mas que fora delas ainda temos uma longa jornada, já que a diferença de remuneração entre homens e mulheres voltou a subir no país e atingiu 22%, segundo dados do IBGE. Isso mostra que uma brasileira recebe, em média, 78% do que ganha um homem. Quando olhamos para cargos de liderança das empresas no mundo todo, temos apenas 37% de mulheres, uma diferença ainda significativa.

“Por isso, volto a afirmar que esse segue sendo um tema atual, e que precisamos falar dele. Dizer que cada conquista de uma mulher, é uma conquista de todas as outras. Eu sei que essa é um fato histórico, merecido e que será muito celebrado. Estou feliz, orgulhosa pelo trabalho realizado, e agradecida por tanto apoio”, explica a piloto do Mercedes-Benz #111 da ASG Motorsport.

Vitória também de uma mãe!

O primeiro lugar no final de semana celebrou outra conquista inédita: nunca uma mãe havia subido no pódio de uma categoria de elite do automobilismo nacional. Bia é mãe de dois meninos – Murillo Luz, de 3 anos, e Matteo Luz, de 1 ano e 8 meses - e essa foi a primeira conquista dela após a maternidade. “Todo mundo me pergunta se depois de ser mãe eu fiquei insegura em pilotar um caminhão de 4 toneladas, ou de acelerar a mais de 200 km por hora. A resposta vem agora: não. A maternidade me trouxe muita coragem, e hoje faço isso pela Bia mulher, e por todas as mães”, celebra 

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