Em Goiás, uma em cada quatro pessoas pode se beneficiar da gratuidade na tarifa de energia elétrica

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Mais de 1,83 milhão de cidadãos goianos, o equivalente a quase 25% da população do estado, podem se beneficiar pelas novas regras da Tarifa Social de Energia Elétrica, a partir de 5 de julho. Conforme determina a Medida Provisória nº 1.300/2025,  assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 de maio , as famílias com direito ao benefício, que consumirem até 80 quilowatts-hora (kWh) mensais, terão gratuidade na tarifa de energia elétrica. Aqueles que ultrapassarem esse consumo pagarão apenas a diferença. Em Goiás, 523,9 mil unidades consumidoras se enquadram no novo benefício, o que representa 51% do total de famílias com potencial de serem beneficiadas na região Centro-Oeste. REQUISITOS   – Para ter direito ao benefício da Tarifa Social de Energia Elétrica, deve ser satisfeito um dos seguintes requisitos: Família inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita ...

Em meio ao conflito com o Irã, Israel intensifica controle e violência na Cisjordânia

Enquanto a atenção internacional se volta para o crescente conflito entre Israel e Irã, as forças israelenses intensificaram suas atividades na Cisjordânia. O aumento das operações militares em Jenin, Nablus e Tulkarem, juntamente com o envio de tropas adicionais, agravou as restrições à população palestina no território.

Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que essas ações exacerbam a já terrível situação dos palestinos na Cisjordânia, que enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados de saúde e serviços essenciais, principalmente desde outubro de 2023.

MSF pede a interrupção imediata das medidas que contribuem para o deslocamento forçado e para um sistema de anexação, incluindo presença militar prolongada, restrições de movimento, demolições, uso excessivo da força e bloqueio de acesso a serviços básicos.

"Em 13 de junho, as forças israelenses invadiram meu vilarejo em Tulkarem, tomaram dois prédios residenciais e os transformaram em quartéis militares, deslocando as pessoas que viviam lá. Desde então, eles têm patrulhado o vilarejo regularmente, conduzindo investigações, interrogatórios, prisões, buscas e detenções", afirmou Karim*, profissional da equipe de MSF.

"Na última semana, as comunidades da Cisjordânia viram suas vidas serem ainda mais controladas por uma potência ocupante, enquanto o mundo desvia o olhar. Isso não pode continuar", apela Simona Onidi, coordenadora de projetos de MSF em Jenin e Tulkarem. 

Em 13 de junho, dia em que a escalada começou, as autoridades israelenses bloquearam todos os principais postos de controle israelenses e as entradas de Hebron por quatro dias. Isso obrigou aqueles que buscavam atendimento médico a atravessar a pé entre as áreas, forçando pessoas gravemente doentes a caminhar longas distâncias, sob o risco de serem alvejadas ou impedidas de atravessar. 

"Em 14 de junho, tentei levar meu irmão de Belém para uma consulta médica em Hebron - uma viagem que deveria levar 25 minutos. Mas devido às novas restrições israelenses, todas as principais entradas e saídas estavam fechadas. Levamos três horas e, no final, apesar de estar muito doente, ele teve que passar por um posto de controle fechado a pé, o que não é seguro", relata Oday Al-Shobaki, especialista de comunicações.

MSF suspendeu as atividades com as clínicas móveis em Hebron e Nablus - que ofereciam apoio de saúde mental, cuidados de saúde sexual e reprodutiva e atendimento de saúde básica - por causa do fechamento dos postos de controle e das preocupações com a segurança decorrentes da intensificação das operações militares.

Em Jenin e Tulkarem, as clínicas móveis tiveram seus horários de trabalho adaptados, funcionando em alguns dias e não em outros, devido à presença das forças israelenses nos vilarejos próximos. Isso forçou os pacientes a dependerem de consultas telefônicas. 

As operações militares e os ataques violentos do exército israelense vêm ocorrendo há anos na Cisjordânia. Em 2022, houve um número recorde de mortes de palestinos devido à violência das forças israelenses ou de colonos.

Desde outubro de 2023, as tropas israelenses aumentaram o número de medidas coercitivas e o uso de violência física extrema contra os palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo restrições severas de movimento, ataques militares e barreiras sistêmicas a serviços essenciais.

Em janeiro de 2025, as forças israelenses iniciaram a operação militar “Muro de Ferro” no norte da Cisjordânia, que ainda está em andamento. Esvaziando violentamente acampamentos bem estabelecidos e impedindo qualquer retorno, mais de 42 mil pessoas foram deslocadas à força e ficaram sem moradia fixa e com acesso limitado a alimentos, água e cuidados médicos.

"Esta última onda de restrições e violência, ocorrida na semana passada, parece ser uma oportunidade para as forças israelenses reforçarem o controle, aprofundarem a fragmentação das comunidades palestinas e promoverem o sistema que a Corte Internacional de Justiça descreveu como de segregação racial e apartheid", diz Simona Onidi.

"Pedimos aos países [que têm criticado as ações israelenses] que ajam além das palavras de condenação e pressionem de fato as autoridades israelenses para que acabem com o uso excessivo da força e interrompam as restrições de movimento que bloqueiam o acesso a serviços essenciais e à ajuda humanitária, aumentando o apoio às comunidades deslocadas e isoladas em toda a Cisjordânia", apela Simona Onidi.

*Nomes alterados 

Comentários