Genial/Quaest: Confronto com Trump ajuda governo Lula a recuperar popularidade

(F: Ricardo Stuckert/PR) A quarta rodada de 2025 da pesquisa   Genial/Quaest , que a partir de agora passa a ser mensal, mostra que a desaprovação do governo Lula variou de 57% para 53%. A aprovação subiu de 40% para 43%. A melhora se deu de forma significativa fora das bases de apoio tradicionais, tais como: renda mensal de 2 a 5 salários-mínimos, ensino superior completo, quem não é beneficiário do Bolsa Família, e no Sudeste, região mais populosa do país. Para o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, o principal motivo para inversão na desaprovação que vinha sendo registrada foi a briga com o presidente norte-americano.   “A recuperação do governo aconteceu na classe média, com maior escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas de Trump, e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui, por isso passam a apoiar o governo  “, explica. Avaliação  - A avaliaç...

Em meio ao conflito com o Irã, Israel intensifica controle e violência na Cisjordânia

Enquanto a atenção internacional se volta para o crescente conflito entre Israel e Irã, as forças israelenses intensificaram suas atividades na Cisjordânia. O aumento das operações militares em Jenin, Nablus e Tulkarem, juntamente com o envio de tropas adicionais, agravou as restrições à população palestina no território.

Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que essas ações exacerbam a já terrível situação dos palestinos na Cisjordânia, que enfrentam barreiras significativas no acesso a cuidados de saúde e serviços essenciais, principalmente desde outubro de 2023.

MSF pede a interrupção imediata das medidas que contribuem para o deslocamento forçado e para um sistema de anexação, incluindo presença militar prolongada, restrições de movimento, demolições, uso excessivo da força e bloqueio de acesso a serviços básicos.

"Em 13 de junho, as forças israelenses invadiram meu vilarejo em Tulkarem, tomaram dois prédios residenciais e os transformaram em quartéis militares, deslocando as pessoas que viviam lá. Desde então, eles têm patrulhado o vilarejo regularmente, conduzindo investigações, interrogatórios, prisões, buscas e detenções", afirmou Karim*, profissional da equipe de MSF.

"Na última semana, as comunidades da Cisjordânia viram suas vidas serem ainda mais controladas por uma potência ocupante, enquanto o mundo desvia o olhar. Isso não pode continuar", apela Simona Onidi, coordenadora de projetos de MSF em Jenin e Tulkarem. 

Em 13 de junho, dia em que a escalada começou, as autoridades israelenses bloquearam todos os principais postos de controle israelenses e as entradas de Hebron por quatro dias. Isso obrigou aqueles que buscavam atendimento médico a atravessar a pé entre as áreas, forçando pessoas gravemente doentes a caminhar longas distâncias, sob o risco de serem alvejadas ou impedidas de atravessar. 

"Em 14 de junho, tentei levar meu irmão de Belém para uma consulta médica em Hebron - uma viagem que deveria levar 25 minutos. Mas devido às novas restrições israelenses, todas as principais entradas e saídas estavam fechadas. Levamos três horas e, no final, apesar de estar muito doente, ele teve que passar por um posto de controle fechado a pé, o que não é seguro", relata Oday Al-Shobaki, especialista de comunicações.

MSF suspendeu as atividades com as clínicas móveis em Hebron e Nablus - que ofereciam apoio de saúde mental, cuidados de saúde sexual e reprodutiva e atendimento de saúde básica - por causa do fechamento dos postos de controle e das preocupações com a segurança decorrentes da intensificação das operações militares.

Em Jenin e Tulkarem, as clínicas móveis tiveram seus horários de trabalho adaptados, funcionando em alguns dias e não em outros, devido à presença das forças israelenses nos vilarejos próximos. Isso forçou os pacientes a dependerem de consultas telefônicas. 

As operações militares e os ataques violentos do exército israelense vêm ocorrendo há anos na Cisjordânia. Em 2022, houve um número recorde de mortes de palestinos devido à violência das forças israelenses ou de colonos.

Desde outubro de 2023, as tropas israelenses aumentaram o número de medidas coercitivas e o uso de violência física extrema contra os palestinos na Cisjordânia ocupada, incluindo restrições severas de movimento, ataques militares e barreiras sistêmicas a serviços essenciais.

Em janeiro de 2025, as forças israelenses iniciaram a operação militar “Muro de Ferro” no norte da Cisjordânia, que ainda está em andamento. Esvaziando violentamente acampamentos bem estabelecidos e impedindo qualquer retorno, mais de 42 mil pessoas foram deslocadas à força e ficaram sem moradia fixa e com acesso limitado a alimentos, água e cuidados médicos.

"Esta última onda de restrições e violência, ocorrida na semana passada, parece ser uma oportunidade para as forças israelenses reforçarem o controle, aprofundarem a fragmentação das comunidades palestinas e promoverem o sistema que a Corte Internacional de Justiça descreveu como de segregação racial e apartheid", diz Simona Onidi.

"Pedimos aos países [que têm criticado as ações israelenses] que ajam além das palavras de condenação e pressionem de fato as autoridades israelenses para que acabem com o uso excessivo da força e interrompam as restrições de movimento que bloqueiam o acesso a serviços essenciais e à ajuda humanitária, aumentando o apoio às comunidades deslocadas e isoladas em toda a Cisjordânia", apela Simona Onidi.

*Nomes alterados 

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