Os vereadores de Goiânia aprovaram na quarta-feira, por unanimidade, projeto de autoria do vereador Luan Alves (MDB) que institui o Dia Municipal de Redução das Ilhas de Calor, a ser comemorado anualmente em 10 de março. A proposta foi analisada e acatada pela Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), após debate motivado pelas fortes chuvas da última terça-feira (23), que arrancaram a grama sintética recém-instalada pelo prefeito Sandro Mabel (UB) nos canteiros centrais da cidade.De acordo com o autor, a criação da data busca conscientizar a população e mobilizar diferentes segmentos sociais em torno de práticas urbanísticas sustentáveis. “A iniciativa incentiva a adoção de práticas urbanísticas sustentáveis como estratégia eficaz de mitigação dos efeitos adversos das ilhas de calor urbanas”, destacou Luan Alves.
O relator da matéria, vereador Léo José (Solidariedade), defendeu a relevância da proposta. “É uma iniciativa muito importante para que a gente possa conscientizar a população sobre essas ilhas de calor. O presidente Luan é uma pessoa que tem expertise no tema e que já fez muito pelo meio ambiente de Goiânia”, afirmou, lembrando que Luan já foi presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma).
Na mesma linha, o vereador Bruno Diniz (MDB) ressaltou os impactos diretos do fenômeno. “Ilha de calor é resultado de espaços urbanos sem vegetação. O microclima é alterado, e o calor é visível, é sentido. O projeto é muito oportuno.”
Já o vereador Igor Franco (MDB) relacionou o tema ao recente episódio das chuvas e criticou o uso de grama sintética. “Vocês viram ontem a grama sintética indo embora com a chuva. Quem vai pagar essa conta? Nós mesmos. Jogaram dinheiro público fora, quando poderíamos aplicar em campos de esporte espalhados pela cidade. Esse projeto traz consciência para Goiânia”, criticou o vereador Igor Franco.
O vereador Denício Trindade (União Brasil) também endossou a proposta e lembrou que apresentou um projeto paralelo proibindo o uso de grama sintética nos canteiros. “Na aplicação, a grama sintética é lixo. Ontem foi a prova de que não dá certo. Poderia estar sendo usada em campos de futebol na periferia, atendendo nossas crianças. Goiânia precisa seguir como referência em meio ambiente”, disse.
Durante a votação, Luan Alves reforçou a importância de priorizar soluções naturais e sustentáveis para a cidade. “Nós temos que colaborar com o meio ambiente de forma verdadeira, e não artificial. Na gestão passada tivemos o programa ArborizaGyn, com o plantio de mais de 400 mil mudas, reconhecido nacionalmente. Esse deve ser o caminho a ser seguido”, concluiu Alves.
Justificativa
O Dia Municipal de Redução das Ilhas de Calor, proposto por Luan Alves, tem como objetivo promover a conscientização ambiental, engajar a sociedade civil e estimular práticas urbanas sustentáveis, combatendo os efeitos negativos das ilhas de calor em áreas densamente urbanizadas.
Na justificativa do projeto, o vereador destacou que esses fenômenos, caracterizados pela elevação anormal da temperatura em regiões com pouca vegetação, são agravados pela substituição de áreas verdes por superfícies impermeáveis, como asfalto e concreto. Estudos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) apontam que as ilhas de calor intensificam ondas de calor, elevam o consumo de energia e ampliam riscos à saúde pública, sobretudo de idosos, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade.
A data de 10 de março foi escolhida como marco simbólico para ações de conscientização e mobilização, incluindo plantios comunitários, mutirões de jardinagem urbana, palestras em escolas, distribuição de mudas e campanhas educativas sobre soluções como telhados verdes, calçadas permeáveis e pintura refletiva de coberturas.
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