A Câmara Municipal de Goiânia aprovou, em segunda votação nesta quarta-feira (20), o Projeto de Lei nº 341/2023, de autoria da vereadora Aava Santiago (PSDB). A medida obriga que escolinhas e projetos de futebol que recebam recursos públicos municipais ofereçam turmas femininas.
Mesmo quando não houver número suficiente de alunas para formar equipes exclusivas, os projetos deverão criar turmas mistas, garantindo a participação feminina até que a demanda permita a formação de times próprios.
“Quero agradecer aos colegas pela aprovação desse projeto, que torna obrigatória a oferta de turmas femininas nas escolinhas de futebol que recebam recurso público em Goiânia. Nós fazemos esse projeto porque, ao mesmo tempo que nos emocionamos ao ver atletas como a Rebeca Andrade e a Raíssa Leal contarem que vieram de projetos sociais, também refletimos sobre quantos talentos brilhantes se perdem por falta de incentivo. A existência desses projetos é que garante que nomes como o delas possam ganhar projeção nacional, representar o Brasil e impulsionar o esporte brasileiro”, afirmou Aava Santiago.
A lei ainda define de forma clara o que configura apoio público: recursos financeiros, materiais e estruturais — como campos, quadras e equipamentos esportivos — repassados diretamente pela Prefeitura ou por meio de suas instituições.
“Este projeto é também um ato de reparação. Durante décadas, o futebol foi tratado como território masculino. Agora, Goiânia envia uma mensagem diferente: o esporte é de todos, e as políticas públicas precisam refletir essa igualdade”, completou a vereadora.
Futebol feminino: avanços e desafios
Apesar do crescimento da modalidade no país, apenas 6% das brasileiras praticam futebol, segundo o Datafolha. Ao mesmo tempo, o interesse do público feminino pela modalidade aumentou 34% nos últimos cinco anos, de acordo com o Ibope Repucom. Os números mostram uma demanda reprimida e a urgência de políticas que ampliem o acesso desde a infância.
Com a aprovação pela Câmara, o projeto segue agora para a sanção do prefeito de Goiânia. A iniciativa representa um passo importante na consolidação de uma política esportiva inclusiva, comprometida com a equidade de gênero e a formação integral de crianças e adolescentes.
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