Genial/Quaest: Confronto com Trump ajuda governo Lula a recuperar popularidade

(F: Ricardo Stuckert/PR)
A quarta rodada de 2025 da pesquisa Genial/Quaest, que a partir de agora passa a ser mensal, mostra que a desaprovação do governo Lula variou de 57% para 53%. A aprovação subiu de 40% para 43%.

A melhora se deu de forma significativa fora das bases de apoio tradicionais, tais como: renda mensal de 2 a 5 salários-mínimos, ensino superior completo, quem não é beneficiário do Bolsa Família, e no Sudeste, região mais populosa do país.


Para o cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, o principal motivo para inversão na desaprovação que vinha sendo registrada foi a briga com o presidente norte-americano. “A recuperação do governo aconteceu na classe média, com maior escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas de Trump, e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui, por isso passam a apoiar o governo “, explica.


Avaliação - A avaliação geral do governo, que vinha piorando continuamente desde dezembro de 2024, mostra uma inversão: 40% fazem avaliação negativa, contra 43% na última pesquisa. Enquanto 28% avaliam positivamente, contra 26% em maio. 


Trump- Sobre as tarifas de Trump72% acham que ele está errado ao impor taxas ao brasileiro por acreditar que há perseguição ao ex-presidente Bolsonaro. E 57% acham que Trump não tem direito de criticar o processo em que Bolsonaro é réu. 79% acham que tarifas vão prejudicar sua vida.


Para 26%, o que levou Trump a anunciar tarifas altas contra o Brasil foram falas de Lula contra as taxações impostas pelo presidente norte-americano. Para 22%, o motivo foram ações do STF contra Bolsonaro. 53% dizem que Lula está certo ao reagir com reciprocidade às tarifas de Trump, contra 39% que acham a decisão errada. Oposição e governo deveriam se unir em defesa do Brasil no conflito com Trump para 84% dos entrevistados.


Economia – O número dos que acham que a economia piorou nos últimos doze meses caiu de 56% para 46%. Enquanto 21% acreditam que melhorou, contra 18% na última pesquisa.


Em relação à alta do custo de vida a percepção se mantém em patamares elevados. O preço dos alimentos no último mês foi maior para 76% dos entrevistados, contra 79% na pesquisa anterior; sobre a gasolina, a percepção de alta foi maior, indo de 54% para 56% dos ouvidos; nas contas de água e luz, a percepção de alta foi de 60% para 62% dos entrevistados, nesta pesquisa.


O poder de compra dos brasileiros é considerado menor do que há um ano por 80% (79% em maio). O mercado de trabalho é motivo de preocupação. 56% consideram que hoje é mais difícil conseguir emprego do que há um ano.


Finalmente, a expectativa da economia para os próximos 12 meses é de piora para 43% (eram 30% na pesquisa anterior). Enquanto o percentual que acredita em melhora caiu de 45% para 35%.


Relação Executivo-legislativo


Para 79% o conflito entre Congresso e governo mais atrapalha do que ajuda o país.

59% acreditam que o governo deve aceitar o acordo proposto pelo ministro do STF Alexandre de Moares entre Lula e o congresso.


Tributação e gastos públicos


63% acham que o governo deve aumentar impostos dos mais ricos, contra 33% que não concordam. Mas 53% não acham correto o discurso que coloca ricos contra pobres porque cria mais briga e polarização. Já 38% acham certo porque chama atenção para privilégios de alguns.


Preocupações


A violência continua sendo a principal preocupação, oscilando de 25% contra 27% na pesquisa anterior. Problemas sociais são a maior preocupação para 20%, contra 19% em maio.

A pesquisa foi feita entre os dias 10 de julho e 14 de julho, e ouviu 2.004 brasileiros de 16 anos ou mais através de entrevistas presenciais que utilizaram questionários estruturados. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais e o índice de confiança é de 95%.

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