Quebrando Tabu: Estudo revela desempenho de atletas trans em vôlei

Visibilidade trans (F: Freepik) Com o objetivo de responder se as mulheres transgênero (que se identificam com o gênero oposto ao atribuído ao nascer) submetidas ao esforço físico teriam as mesmas capacidades desportivas que as mulheres cisgênero (que se identificam com o gênero atribuído ao nascer), um grupo de pesquisadores do Centro Universitário São Camilo realizou uma pesquisa inédita no mundo com atletas amadoras de vôlei e revelou importantes aspectos físicos, nutricionais, psicológicos e de performance. Realizado por Leonardo Alvares, professor da Faculdade de Medicina do Centro Universitário São Camilo, e integrado por professores de Nutrição, Psicologia, Fisioterapia e Biomedicina da mesma instituição, o estudo busca compreender se as mulheres trans, nascidas biologicamente homens, apresentam alguma vantagem esportiva em comparação com as mulheres cisgênero. O enfoque específico recai sobre atletas de vôlei, tornando-se o primeiro estudo global a abordar diversas facetas da p

Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico define junho como mês de sensibilização de câncer do corpo do útero

Outubro Rosa, Setembro Amarelo e Novembro Azul são campanhas criadas para chamar a atenção sobre os cuidados com a saúde física e mental de homens e mulheres. As iniciativas ajudam a divulgar o assunto, levando a mídia, profissionais de saúde e gestores públicos a dedicarem esforços nos meses de campanha. Diante disso, neste ano, a Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico (IGCS - International Gynecologic Cancer Society) definiu em 2023 o lançamento de junho como o mês de conscientização sobre o câncer do corpo do útero. “A ideia é concentrar esforços para aumentar a sensibilização sobre o câncer do endométrio”, explica Angélica Nogueira-Rodrigues, oncologista com foco em câncer da mulher. 

A campanha Outubro Rosa, por exemplo, faz com que mais pessoas procurem por exames de mamografia no Brasil. De acordo com pesquisa realizada entre 2017 a 2021, publicada na revista científica internacional Public Health Practice, há um aumento de 33% e 39% no número de mamografias realizadas nos meses de outubro e novembro, respectivamente. 

Segundo IGCS, o mesmo acontece em escala global com as campanhas de conscientização sobre o câncer de ovário e colo do útero, as quais ganham destaque nos noticiários e nas mídias sociais, especialmente em setembro, quando muitos países reconhecem o Mês de Conscientização sobre o Câncer Ginecológico.


“Já o câncer de útero (também chamado de câncer de endométrio ou uterino) não recebe a mesma atenção da mídia. E ao contrário de muitos outros tipos de câncer, a incidência e as taxas de mortalidade estão aumentando mundialmente”, afirma Angélica. Segundo dados da Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico, nos Estados Unidos, por exemplo, o número de mortes por doença tem aumentado quase 2% a cada ano, com picos ainda mais acentuados entre mulheres asiáticas, hispânicas e negras. No Brasil, também tem sido observado um aumento de incidência, consequência da epidemia de obesidade e envelhecimento populacional.


Mas afinal, o que é o câncer uterino?


O útero é o órgão que fica na pelve da mulher, entre os ossos do quadril, e é onde o feto se desenvolve durante a gestação. A parte interna do útero é chamada de endométrio e é justamente este revestimento que se torna mais espesso todos os meses durante a ovulação, uma preparação para receber o embrião, no caso de gravidez. Se não há gravidez, o revestimento do endométrio é eliminado por meio da menstruação.


O câncer do corpo do útero mais comum é justamente originado no endométrio, daí também chamado de câncer do endométrio. Outros tipos de cânceres também acometem o corpo do útero, como por exemplo os sarcomas, que se desenvolvem nos músculos e nos outros tecidos que dão sustentação ao útero.


Fatores de risco e sintomas


De acordo com a oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues, há alguns fatores que podem aumentar o surgimento de câncer do corpo do útero, sendo obesidade e envelhecimento os principais. O histórico familiar também tem grande relevância, como no caso da síndrome de Lynch, podendo o risco vital de desenvolver câncer de endométrio chegar a 70% em portadoras de mutações patogênicas em um dos genes envolvidos na síndrome. Confira outros fatores citados pela Sociedade Internacional de Câncer Ginecológico:

  • Dieta rica em gorduras
  • Sedentarismo
  • Diabetes tipo 2
  • Síndrome dos ovários policísticos
  • Irregularidade menstrual ou aumento do número de ciclos
  • Reposição hormonal (baseada em estrogênio sem associação de progesterona)

Além dos fatores de risco, há sintomas que devem servir de alerta para as pacientes. Entre os mais comuns estão sangramento anormal, manchas ou corrimento acastanhado após a menopausa, sangramento irregular em mulheres jovens, dor ou pressão pélvica e resultados anormais do exame Papanicolau. 


“Em fases mais avançadas do câncer, a paciente pode ter outros sinais como perda de peso, inchaço e sensação de saciedade rápida, alterações nos hábitos intestinais ou da bexiga e também sentir um volume ou tumor na pelve”, esclarece a médica. 


Significativos avanços no tratamento do câncer do endométrio foram conquistados recentemente, com destaque para a incorporação da imunoterapia, e a orientação por equipe especializada é fundamental para o sucesso terapêutico.


Angélica ainda acrescenta que o principal alerta para o câncer do corpo do útero é o sangramento vaginal anormal – irregularidades na pré-menopausa e presença de sangramento na mulher na pós-menopausa exigem avaliação por ginecologista para esclarecimento da origem do mesmo. 


Ao detectar o câncer em estágios iniciais, maior será a chance de um tratamento bem-sucedido. Por isso, trazer o tema à tona neste mês de junho pode levar mulheres e profissionais de saúde a intensificarem a investigação com mais exames, sejam clínicos, laboratoriais. “Desta forma, quanto mais mulheres forem informadas sobre os fatores de risco e sintomas do câncer de útero, mais conhecimento terão para se prevenirem e procurarem procurar ajuda médica mais cedo. A detecção precoce é fundamental”, reforça a especialista. 

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